terça-feira, 10 de agosto de 2010

AQUELA FIGURINHA DA VASSOURA


Existe uma crença antiga ("crença antiga", a palavra crença já soa como antiga...) que diz que a melhor maneira de nos livrarmos de uma visita indesejada é colocando uma vassoura de cabeça para baixo atrás da porta.

Susi estava no auge da sua pré-adolescência, protegendo a irmã mais nova como se fosse a mais responsável das meninas, ou sofrendo implicância do irmão mais velho como se fosse a mais vitimada das irmãs. Naquele dia ela estava na sua cama deitada de bruços, balançando as pernas e lendo com interesse algum artigo da Capricho ou Grande Hotel que pegou escondido da irmã mais velha quando ouve a campainha e sua mãe abrir a porta.
Visitas.

Em nenhum minuto se interessou em saber quem era, mas notou que o almoço estava mais demorado que o de costume. Foi se chegando na sala onde viu sua mãe tamborilando os dedos impacientes no braço do sofá e duas outras pessoas desconhecidas. Dona Nilza, a mãe, pediu licença às visitas e chamou Susi pra cozinha e lhe disse bem baixinho.

- Filha, coloca a vassoura atrás da porta.

E voltou toda sorridente para as visitas. Um minuto depois, Susi, carregando uma vassoura de palha, para no meio da sala entre a mãe e as visitas e pergunta:

- De qual porta, hein, mãe?

As visitas se entreolharam e em questão de segundos foram embora.

Se para um bom entendedor meia palavra basta, imagina uma vassoura inteira.

Susi é protagonista de outras histórias de figurinhas, tipo problemas com chaves e fechaduras, sacos de leite, bodyboards...

3 comentários:

  1. UHeuhAUEhauE!!

    Que texto fantástico, poxa...
    Simples e direto, como todo belo conto.

    Parabéns pela bela escrita, brother Fernando!
    Gde abraço e siga escrevendo.

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  2. Adorei isso! Tem visita que deve montar na vasoura e ir heehhe

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  3. Tio Fê!
    Eu não contaria melhor esta história.
    A irmã menor...adorou!

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