AQUELA FIGURINHA DO MERCEDES BENZ

O Renato é fofo. Ponto. Nem cabe explicar porque. Ele é fofo porque existe, existe porque é fofo. É fofo quando ta dormindo, quando ta comendo, quando ta tocando guitarra, enfim...

Foi numa festa de aniversário, o dele, quando a alegria de estar entre amigos está aflorada, inconscientemente se bebe cada vez mais para comemorar, já que a alegria é proporcional a quantidade de bebida ingerida. Fazemos misturanças de cerveja com tequila, tequila com caipirinha, caipirinha com whisky, whisky com redbull, dança sem saber dançar sem nem mesmo ouvir As Frenéticas cantando "Dancing Days", e se bebe, se dança, se dá risada, se faz declaração de amor aos amigos, ignora a cara de cu da namorada que tem cara de cu mesmo, aliás, pra onde ela foi?

Lei Seca. Se beber não pegue o carro. Amigo não deixa amigo dirigir bêbado, a não ser que esteja tão bêbado quanto o amigo...,

E ele não tem um fusca, um uninho, um picanto, um ka. Ele tem um Santana, entende  que eu quero dizer? Um Santana! Dizem que é pra compensar... bom, sei lá, deixa pra lá.

O Santana estava estacionado bem em frente ao bar onde foi a festa. Em frente ao Santana, um carro que não importa e nem cabe na história porque nem marca tinha e mantinha uma distância considerável, mas imediatamente atrás estava um Mercedes Benz. Sim, um Mercedes Benz!

Renato pegou seu chaveiro com mais chaves inuteis do que portas que seriam efetivamente abertas, pos na ignição e me ofereceu carona.

Dio Santo!

Antes de eu entrar no carro, ele, o Fofo da história, engata uma marcha à ré e bate com vontade no Mercedes ali parado, estático, estacionado, inocentemente sóbrio e, felizmente, sem o dono por perto. Renato, sai do Santana pra ver os estragos feitos.. no seu carro.

- Renato! Tu bateu num Mercedes!

- Que Mercedes? É só um Classe A...

- Mas é um Mercedes!

- Que nada... é um Classe A!

Definitivamente não dá pra discutir bêbado com um bêbado. Ele acabaria me convencendo que o Classe A não é da Mercedes Benz.

Diante de algumas testemunhas. Todos amigos. Entramos no Santana e, não sei como, sem saber dirigir levei Renato pra casa. Onde ele abraçou o vaso, chamou o Hugo, tomou um banho e dormiu sei lá como...

No dia seguinte, na maior cara de pau me pergunta:

- Mas não era um Mercedes, né? Era um Classe A.

O Renato é ou não é fofo?