domingo, 29 de agosto de 2010

AQUELA FIGURINHA DO SURFISTA

Foi um verão inacreditável. Cidreira com o mar igual ao de Santa Catarina, - quer dizer, não tinha aquela proliferação de algas que deixam o mar do Rio Grande do Sul com cor de chocolate, - sol todos os dias... Quando chovia, era a tardinha depois que todos voltassem do mar pra parar de chover antes que todos saíssem para a balada. E em Porto Alegre o calor estava insuportável. Tanto que quando Vicente ligou perguntando se poderia passar uns dias na praia conosco Denise nem pensou duas vezes. “Coitado de nossos amigos sofrendo com o calor”. No dia seguinte chegaram Vicente, Rosângela e mais um casal. A chegada deles quebrou a rotina praiana. Violões e muita música, brincadeiras com a criançada e uma prancha de surf. Sim. Vicente surfava! No sábado pela manhã enquanto tomávamos chimarrão na varanda, ele aparece carregando uma prancha amarela, usando um longjohn de neoprene e uma botinha que parecia das tartarugas ninjas. Woohoo, brother! High waves! Fez uma saudação rápida que deveria ser um hangloose e correu em direção ao mar bem em frente da casa. Todo mundo acompanhou Vicente com os olhos mas apareceu um binóculo não se sabe de onde que passou de mão em mão. Todos queriam ver o surfista em ação. No mar em frente à casa, muitos surfistas se aglomeravam esperando a melhor onda. Podíamos ver as vacas que eles levavam, os 360 que faziam, cutbacks, backsides... até que perdeu a graça e continuamos conversando e tomando o chimarrão... só Rosângela continuava com os olhos fixos no mar admirando o maridão em suas manobras, porque não dizer, radicais.



Depois de quase uma hora...



- Onde está o Vicente? – alguém pergunta.



Rosângela aponta o mar e com muito orgulho responde mostrando um surfista pegando uma onda.



- Lá está ele! Conheço o corpinho do meu marido como ninguém!



- Então quem é aquele que vem chegando ali? - Eu disse apontando pra Vicente que voltava do mar carregando a prancha amarela...

A gargalhada foi ampla, geral e irrestrita (sempre quis encaixar isso num de meus contos), não teve explicação que Rô pudesse dar que amenizasse a situação.



Foi um verão inacreditável. Cidreira com o mar igual ao de Santa Catarina... mas se eu continuar, vou entrar em looping e este conto não vai acabar nunca por que foi um verão inacreditável...

Um comentário:

  1. Tio Fê
    Nessa tu te superou. Foi exatamente assim que aconteceu. Tô rindo até hoje. Que saudade daquela dupla, agora trio.

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