domingo, 19 de setembro de 2010

AQUELA FIGURINHA QUE ESCONDEU UM PINTO NA MÃO

ATENÇÃO
Se você ainda não tem 18 anos, pare de ler este conto imediatamente sob o risco de, se for menino, criar cabelo nas mãos e, se for menina, ter que correr para o chuveirinho.

 

Por razões óbvias não vou identificar minha figurinha, apenas dizer que ela é dona de uma beleza sui generis e a partir de agora será denominada Ela.

Bem, nunca foi difícil para Ela conseguir o gato que quizesse. Bonita, inteligente e fazendo dança do ventre pra seduzir os reles mortais, e rebolando daquele jeito em qualquer ritmo, samba, forró, valsa ela conseguia fácil, fácil... E o jeito que Ela mexe nos cabelos, então... É de uma sensualidade que arrepia os pelos da nuca que se isso não for tesão eu não sei o que é.(Peraí que vou ali e já volto.)

Ela estava encantada com aquele cara. Ele é divino, maravilho e tem o mesmo nome de um compositor baiano, um metro e noventa de altura, malhadão, dragão tatuado no braço, príncipe, deus grego, colirio e tantos outros adjetivos que as meninas do cursinho lhe atribuíam, e o TDB caiu na rede de Ela.

Ele vivia na região metropolitana da Capital, o que significa que depois de um certo horário não teria mais trens e nem ônibus pra voltar, mas Ela estava eufórica porque o final de semana prometia, tudo correria às mil maravilhas pois tinha o próprio Adônis ao seu dispor. E quem estava pensando em voltarse ainda nem tinha chegado ao paraíso?

Tá certo que Ela havia pensado num motelzinho básico, mas como seria sensacional não ter hora pra parar, não se preocupar com tempo e nem com a limpeza dos lençóis. Além do mais, o galã era um chef du cuisine. Preparou para Ela um jantar digno de um Maxim’s. o vinho não era francês, era do Vale dos Vinhedos mesmo mas a preocupação d’Ela era entender a cor daqueles olhos, as linhas delicadas daquele rosto, a brancura daquele sorriso Kolynos e depois do jantar sentir a maciez daqueles cabelos negros e cacheados entre seus dedos e aquela barriga de tijolinho junto ao seu corpo.

O que mais encantava Ela era o modo de como ele a conquistou. O requinte do jantar, a organização da casa. Seu antigo namorado quando preparava um jantar era, no máximo um miojo da Turma da Mônica com cerveja. O muquifo onde morava vivia numa eterna bagunça e tinha cheiro de chulé. Mas a casa do Apolo tinha bom gosto, mesmo que fosse só naquele dia por ela estar ali.

Depois do jantar ele serviu creme de papaia com cassis, um licor de amarula, e uma musiquinha na sala sob as luzes de uma dezena de velas. Sade, “Smooth Operator”. Era a deixa que Ela precisava para seu showzinho particular. Levantou-se e começou a dançar e mexer nos cabelos com tanta sensualidade que antes mesmo de terminar a música os dois já estavam no quarto. Estavam praticamente nus, Ela apenas com a calcinha preta comprada especialmente para a ocasião e ele, com uma Calvin Klein branca.



“Que beijo, que perfume ele usa, que calor faz aqui, que homem gostoso, porque ele não arranca minha calcinha, foda-se eu vou tirar a cueca dele...”



Que impressionante! Era pequeno... muito pequeno! Em sua potência máxima, o... como dizer? Bilau? Pois bem, em sua potência máxima o bilau desaparecia na mão fechada de Ela. Até lembrou daquele batom caríssimo da Max Factor que seu primo trouxe dos Estados Unidos e que havia perdido dentro do forro da bolsa e só encontrou uns dois meses depois. Tudo bem, tamanho não é documento, não é mesmo? Vamos ao que interessa!

Ela tentou todas as posições que conhecia, papai-e-mamãe, cachorrinho, franguinho assado. Kama Sutra ali seria impossível experimentar porque o belo não apresentou sua espada de samurai. Mas ele estava empolgado, Ela pensou que se ele deixasse o bilau de lado e usasse a língua, poderia ter algum prazer, mas ele fazia barulhos estranhos com a boca... muito estranhos.

Que decepção! Que desperdício!



Abre parênteses. Isso quer dizer que elas, realmente, se importam com o tamanho do pinto. Não vou entrar nesta área porque entendo pouco. E também devo ter sido enganado por algumas meninas dissimuladas. Talvez minhas amigas blogueiras, Mariana Mancia e Grazi Maciel, entendam mais do assunto e escrevam algo em seus blogs. Então tamanho é documento. Fecha parênteses.



Ela estava em maus lençóis. Os lençóis, na verdade até que eram bons, mas Ela queria sumir dali. O que ele tinha de bonito tinha de... desajeitado. Não! Desastroso é o termo certo. E ele continuava fazendo aqueles barulhos estranhos, qualquer coisa tipo blurrrrrurururur e mexendo a cabeça freneticamente de um lado pro outro como se fosse um cachorro com um osso de costela na boca.

"Quanto será que dá um taxi daqui até minha casa? Ainda não é meia noite? E se eu juntar bem as pernas? E se eu fingir um desmaio? Se eu vomitar? E se eu parar de fingir que to gostando? Socorro!

Ela sentiu ele jogar todo o corpaço ofegante do lado do seu. Tinha acabado. Felizmente. Agora ela poderia dormir e de manhã bem cedinho ir embora no primeiro trem porque sua falecida vó estará passando muito mal. Mas antes Ela ainda teve que ouvir:



- Gostou, meu amor?
- Adorei! – Respondeu Ela com um sorriso amarelo.
- E olha que eu não dei nem 80% do meu potencial...


Ela virou de lado, conteve-se pra não rir e teve pesadelos com barulhos estranhos que Davi de Michelangelo fazia com a boca... Bluuurururururrrrrr 

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