sábado, 9 de outubro de 2010

AQUELAS FIGURINHAS QUE SE PERDERAM NA FARRAPOS

Esta história aconteceu muito recentemente, há poucas semanas, mas resolvi contar agora pra não perder os detalhes e deixar a narrativa mais rica.

Conheci Julio, um baiano, Wewerton, um mineiro e Victor, um pernambucano num grupo de mochileiros do qual faço parte. Vieram para Porto Alegre pra conhecer a cidade, fazer festas e pegar as gaúchas – como se fosse fácil... Então me propus a mostrar a cidade pra eles. Tinha um roteiro bem legal, coisa pra turista ver, mas quando cheguei na Casa de Cultura Mário Quintana, onde marcamos, eles falaram, empolgados, de um caneco de chopp que viram no Mercado Público e que precisavam beber um chopp naquele caneco. Esqueceram o Gasômetro, o pôr-do-sol do Guaíba e uma visita aos museus da Praça da Alfândega e fomos para o mercado. Eles já pareciam locais, sabiam qual era o boteco e até o nome do garçom! Sentamos os quatro à mesa e pedimos o já tão famoso caneco de chopp. O caneco era assombroso! Cabia 1,5l de chopp. Eu que não sou muito ligado em cerveja, (muito menos chopp, porque se o garçom não vai com a tua cara cospe no caneco) queria uma tulipa normal mas me convenceram a pedir um caneco. Pois bem, calculei que cada um tomaria uma caneca e teríamos tempo de ver o por-do-sol no Cais e dexaríamos o Gasômetro pra outro dia. Doce ilusão. O papo estava tão animado, a troca de experiências misturando sul e norte do país mais Minas Gerais, sotaques variados, bandeiras petistas... (Foi no dia do comício da Dilma...) E antes que eu chegasse na metade do meu caneco, Vitor, o pernambucano pediu outro chopp de 1,5l. Entre fotos, gargalhadas e gozações, dissemos que ele não conseguiria tomar Julio resolveu acompanhar e pediu mais um. Sentiu onde isso vai parar? O por-do-sol já tínhamos perdido, o cais a noite não tem nada pra se ver, enfim...

Eles queriam conhecer lugares diferentes, meninas bonitas, dançar... lembrei que no dia seguinte teria o aniversário de uma amiga e, na frente deles, liguei pra ela pedindo para leva-los. E, como eu já sabia, poderia levar quem eu quizesse sem problemas. Bom, programa pra noite do dia seguinte já tínhamos. Uma puta festa!
No mercado, Vitor conseguiu tomar quatro canecos, ou seja, seis litros de chopp e muita risada, e uma cara vermelha, e dois isqueiros comprados no impulso sem nem mesmo fumar,  um galheteiro quebrado, uma militante política adversária da Dilma... 
Saímos do mercado porque tínhamos um jantar na casa de uma amiga. Dali eu iria pra casa e eles pruma festa na Goethe. Nos despedimos mas combinamos de nos encontrar para o níver da minha amiga.
No dia seguinte Vitor liga dizendo que não poderiam ir na festa pq sairiam com sua hostess, coisa que ainda não haviam feito devido ao trabalho dela. Ok. Fui pro aniversário onde as recepcionistas eram limdas modelos de minissaias contratadas e havia a maior quantidade de mulher bonita por metro quadrado.
Dia seguinte encontro com os mochileiros na Redenção. Chimarrão. Suco na Lancheria do Parque... E uma inusitada, mas não surpreendente, revelação. A festa em que foram não tava legal, terminou antes mesmo de começar, assim, resolveram se informar sobre um lugar onde poderiam acabar a noite mais alegres e satisfeitos, se é que me entendem, O segurança do bar onde estavam sugeriu uma boate na Avenida Farrapos e um taxista se ofereceu pra leva-los. Na Farrapos ninguém sabia onde ficava a tal boate, então entraram no primeiro inferninho em que os puxaram pra dentro. Um lugarzinho decadente, com as gurias usando perfumes da Avon e com a marca da profissão estampada na cara. Sentaram e logo três meninas se aproximaram e pediram pra que pagassem um drink. O garçom colocou uma garrafa na mesa do que parecia ser um licor de coco mas muito longe de ser um Malibu ou semelhante. Garrafa com um marcador de doses e as gurias se serviam à vontade! Quando viram a quantidade do troço que elas serviam nos seus copos sem beber Resolveram perguntar o preço da dose.

- R$48,00! Mas elas despejaram mais de meia garrafa! Nós não vamos pagar R$900,00 por uma bebida que não custa R$5,00 e elas nem beberam.

Gerencia.

Discussão aqui, seguranças truculentos ali... O que fazer? Chamar a policia. Julio saca o celular e fala pra quem atendeu que estava sendo extorquido. O gerente e os seguranças cada vez mais com cara de mal, mas a medida que Julio falava com a policia eles iam amenizando.

- Muito bem! Fora daqui e não apareçam mais!

Aviso desnecessário. Saíram sem olhar pra trás e querendo um táxi o mais depressa possível. No táxi, tensos, irritados, bebados, sonolentos, até caírem numa gargalhada nervosa. Acho que até pensaram que poderiam estar numa festa de aniversário num lugar mais legal, cheio de meninas bonitas e algumas até esperando pra conhece-los...
Mas o mais triste desta história, é que não comeram ninguém!













6 comentários:

  1. Tudo isso numa noite....nossa e ainda queriam comer alguém...Credo que energia.. bjs

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  2. Soh tem algo errado no texto!
    Foram 25 doses!
    o total da conta foi 1230 reais!
    E nao pagamos nada mesmo!1
    hauhauha

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  3. Mas o texto ficou mto bom fernandao!!
    foi isso mesmo!!
    Abraçao!!

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  4. Meus leitores não se preocupam com a matemática, mas com o fato em si. HEHEHEEH

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  5. São meus hérois!!! Se fosse eu, apenas lembraria das duas primeiras doses... imagina lembrar de vinte e cinco, eu em?

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  6. Passei por aqui, afinal porque não levastes eles para a LIMA e SILVA, cheia de gatas rsrsrsrs

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