domingo, 19 de dezembro de 2010

AQUELA FIGURINHA DA CAMINHADA

Ela nasceu em Minas Gerais, quase lá na Bahia, passou a maior parte de sua vida em São Paulo, mas casou-se e veio viver em Porto Alegre. O que faz dela uma mineirinha quietinha, uma baiana porreta, uma paulista batalhadora e uma gaúcha que não leva desaforo pra casa! Assim é a Maria, Mara para os amigos.
Aquela história de que todas as mulheres precisam emagrecer pelo menos dois quilos é levada a sério por ela. Tanto que todas as manhãs ela se vestia pra dar a sua caminhada matinal e só depois ia para o trabalho.
Fazia seu exercício diário matinal numa praça perto da sua casa, ali na Plínio e com elas, donas de casa, aposentados, patricinhas... e como era muito cedo, o movimento na rua era bem pequeno. As pessoas recém estavam saindo para o trabalho, faculdade e escola e no inverno, seis ou sete horas da manhã parecia noite. E a neblina deixava a praça com um ar londrino.
E foi numa manhã assim que Mara sentiu que um cara em uma moto a seguia, mas poderia estar seguindo o sentido da rua também... ela acelerou o passo na tentativa de alcançar um casal que caminhava a sua frente mas não conseguiu. Quando dobrou numa das esquinas da praça onde seria contra-mão para o motoqueiro ele subiu o calçamento e passou a segui-la bem devagarzinho. Mas ela entendeu o que ele queria.
Diz ela que ele repetiu várias vezes “ – Me dá o teu celular!” mas ela dizia que não ia dar, que se ele quizesse que fosse pegar e jogou no meio de uns arbustos e começou a jogar pedras, paus e o que tinha pela frente em cima do motoqueiro que ainda foi até os arbustos pra ver se encontrava o aparelho. Sem sucesso, o motoqueiro atravessou a praça, pegou a avenida e sumiu no trânsito. O casal que caminhava a frente de Mara assistiu mas não se envolveu... Comentavam do perigo que era caminhar cedo da manhã no inverno enquanto estava escuro, e que não tinha mais hora pra fazerem assaltos, Enquanto isso Mara procurava o seu aparelho celular nos arbustos. Encontrou a bateria, o capinha e logo depois o aparelho, sem danos. Colocou o aparelho de volta na cintura, tomou o caminho de casa com raiva e decidiu não completar o circuito que determinou pra si como se fosse o ideal.
Em casa, após o trabalho, contou pra todo mundo o ocorrido, e todos recomendando cautela, que deveria ter uma esteira ergométrica em casa, ou se matricular numa academia, que não fosse mais sozinha...
Analisando friamente a situação perguntei pra Mara:

- Tem certeza que ele queria o aparelho? Ele não estava te paquerando e pedindo apenas o numero do teu celular?

Ela afirma que não. Mas fez-se um silêncio entre os participantes da conversa seguido de uma gargalhada geral.
Mas nunca saberemos...

2 comentários:

  1. muito boa essa Fê.., e agora não vamos saber o que realmente o motoqueiro queria. hehehehhe.
    beijos meu amigo

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  2. É, a maldade tá nos olhos de quem vê.
    No caso, os teus. Só pensa "naquilo", né?!?!!
    ehehehe, muito bom!
    Abraço, velho e FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

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