domingo, 3 de abril de 2011

AQUELA FIGURINHA DO PERFUME FEDORENTO E OUTRAS PÉROLAS

Lembra quando a gente comprava pacotinhos de figurinhas e na hora de abri-los torcia pra que viesse aquela figurinha pra completar uma página? De preferência aquela “mosca-de-cabeça-branca”, rara, única, que ninguém da turma tivesse. Jenifer (leia Djenifer) é uma destas figurinhas. Eu não acredito que exista na face da Terra uma outra figurinha como ela. Totalmente do bem, sempre disposta a ajudar, a dar uma mão, a mostrar-se prestativa as vezes em assuntos que ela nem domina... Eu to enrolando porque não tenho nenhuma história de Jenifer que se crie uma situação pra contar, mas são pequenas situações, soltas, espontâneas cuja primeira impressão que se tem é “hein?”, a segunda: “ela disse isso que eu entendi?”, a terceira: “eu não acredito que ela esteja fazendo isso!”

Uma bela manhã recebo uma ligação de Jenifer convidando para almoçar com um amigo em comum da Bahia que chegou pra conhecer a cidade. Nem vou mencionar o fato de ela ter me passado o endereço do restaurante errado. A idéia era levá-lo aos museus, casa de cultura, fazer um lanche numa lancheria popular, mas logo no inicio do passeio percebemos que alguém tinha exagerado no perfume, mas não foi bem isso, Jenifer havia ganho um perfume de uma marca barata e a tampa do vidro quebrou dentro de sua mochila espalhando 300ml de um aroma floral enjoativo e repugnante que era impossível ficar perto dela. Éramos como aquela gatinha fugindo de Pepe Le Gambá. Pra completar, dentro da mochila ela tinha uma canga (nem me pergunte porque alguém tem uma canga dentro da mochila em uma cidade que não tem praia) que fizemos ela colocar na primeira lixeira do caminho. Tive a impressão de ver a lixeira derreter. Enfim...

Começa aquela chuva de verão, típica de Porto Alegre, subimos num ônibus onde as pessoas tinham as janelas fechadas por causa dos chuviscos, mas tão logo entramos no coletivo, os passageiros não se importaram em se molhar e abriram as janelas. Chegamos na casa de uma amiga onde ela se viu obrigada a lavar a mochila, mas parece que esta máquina de lavar deixou todasas roupas que eram lavadas ali com o perfume de Jenifer por três dias.

Mas Jenifer não é do mal, muito pelo contrário, e toda do bem, espontânea, alegre, fala sem pensar, por compulsão, quase sem respirar e os assuntos escapam de sua boca e isto a mete em muitas confusões. Gosta de falar de pessoas que tu não conhece e nunca irá conhecer, e conta casos com todos os detalhes deixando o assunto principal em segundo plano até que esquece o que queria dizer.

Fomos com uma galera passar um final de semana na praia e nos divertimos muito mas Jenifer protagonizou um dos momentos mais engraçados, que ecoam até hoje. Falávamos de protetor solar. Conosco estava um amigo muito branquinho que pediu um com FPS 50 e ela veio com a explicação de que os filtros com FPS acima dos 30 o efeito não é muito diferente que usar um de 30. Alguém perguntou a ela: - Quem disse isso? E ela respondeu com toda a ingenuidade que os deuses lhe deram.

- Um amigo químico meu!

Só ela não percebeu a cacofonia com que nos brindou. Falei que não era necessário ficar dizendo o que o amigo havia feito com ela, que sua intimidade não nos diz respeito, e “e o amigo que te comeu, entende mesmo de filtros solar?” Rimos muito e começamos a arranjar novos amigos pra Jenifer. O amigo cômico dela. Ou o amigo físico dela.

Mas ela não parou por aí... numa nova reunião de amigos o assunto era o bairro onde cada um morava. E todos sabem que ela mora num lugar muito afastado do centro da cidade, e começamos a chamar de interior, de “grotas”, de sítio... e ela um tanto quanto indignada levanta, na vã tentativa de por fim na questão.

- Por favor! Não falem mal do meu buraquinho!

Houve um silêncio de três segundos pra que todos caíssem na gargalhada de mais uma pérola de Jenifer.

E por favor, nunca esqueçam a pronuncia: DJENIFER... e desde então todo o Jorge é Djorge, todo Genival é Djenival e assim vai ad infinitum.

Mas esta é a nossa Jenifer, a mala preferida da galera, mesmo sem costura, e sem rodinha.























4 comentários:

  1. Olha Fernando eu não sabia que as minhas mancadas dariam uma história tão boa!!
    Do jeito que tu colocou eu tive certeza que sou uma pessoa única e do Porque que te considero um irmão.

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  2. Eu mal conheci a Jenny, mas já sei da fama dela e já ouvi algumas pérolas também, mas são meio fortes e não posso postar aqui (hahahaa)... Mas adoro ela e é muito divertido conviver com ela!

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  3. hehehehe... ótimos episódios!!! =D

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  4. ahahaahaha
    Eu achei ótimo isso que tu escreveste dela. É exatamente assim. Digo isso porque ela vive falando das pessoas do CS e eu nunca consigo me lembrar quem é quem ou quem disse o que. Ela fala dos amigos como todos se conhecessem.
    E pode ter certeza que de todos dos quais ela fala, são muito importantes pra ela.

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